quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O início

A decisão de vir para o Brasil foi muito repentina.

Como se sabe, é difícil ter trabalho em Portugal, isso fez com que no dia em que a oportunidade surgiu eu não tenha hesitado, e tenha resolvido arriscar.

Assim, de um dia para o outro, comuniquei à família e amigos mais próximos. Não houve tempo para grandes despedidas.

Depois de 24h em viagem, cheguei pela primeira vez a um continente que não era o meu. Vinha com ideias pré-concebidas sobre o que era o Brasil, com medo, muito medo, pois na minha cabeça, pelo que se vê nos noticiários, o Brasil seria feito de violência.

De início tinha receio de quase tudo, sofria de muita ansiedade, por falta de conhecimento, por saudade, por falta de apoios.

Não é fácil emigrar, ainda mais assim, sozinha...

Com o tempo as coisas foram melhorando. Os locais e as pessoas não mudaram, mas mudaram os olhos com que eu os via.

Encontrei portugueses que me apoiaram, encontrei brasileiros que também me trataram como família, tudo isto ajudou bastante.

Depois vêm as burocracias, tratar do visto, pedir a papelada para me mandarem de Portugal, perceber o que é necessário, onde é preciso ir. De início, é difícil, não se conhece nada, valha-nos a Internet.

Hoje já arranjei o "meu cantinho" para viver, já criei amizades, já conheci algumas das lindas paisagens desta Ilha de Florianópolis, já me sei movimentar.

Ainda sou recente aqui, ainda tenho muito por descobrir, muito para visitar, muito trabalho para fazer, mas se tudo correr bem, irei conhecer muito mais.

Por agora é esta a cidade que me acolhe, uns dias melhor que outros, mas que me possibilita algo que no meu país não tinha, Trabalho.

Não quero ficar para sempre. Tenho saudades do meu país e de tudo o que me fazia feliz lá. Quando voltarei? Não sei. Mas parece-me que a continuarem as coisas como estão, não será para breve.

Bjocas

Floripa Alentejana




2 comentários:

  1. O sair da zona de conforto não é fácil. Seja para uma país totalmente diferente em que logo a primeira barreira é a língua, seja para um país diferente, mesmo que a língua não seja barreira, seja mesmo para uma cidade nova dentro do próprio pais. Eu passei por isso há relativamente pouco tempo também. Mas, a mim, calhou-me a última opção. E mesmo assim custou! Embora soubesse que não iria estar sozinha, custou muito sair do conforto onde estava. Mas, lá está, a vida é mesmo isto. E acredito que só quem tem a coragem de se superar seja realmente feliz. Desejo-te toda a felicidade e sorte do Mundo. Não te conheço, mas identifico-me!

    Beijinho da Galopim

    ResponderExcluir
  2. Obrigada Galopim :)

    Vi no teu blog que também andas nestas lutas de adaptação, e isso cativou-me para seguir o teu blog, identifiquei-me.

    Quando tinha 18 anos também mudei de cidade para longe da família e amigos e também me custou, por isso entendo-te.

    Este passo foi o patamar acima, pois dada a distância não consigo visitar nem ser visitada com frequência. Há 6 meses que não vejo ninguém das pessoas que eram os meus pilares.

    Embora a língua seja a mesma existem muitas barreiras culturais e muitas coisas com as quais luto diariamente, pessoal e profissionalmente.

    Mas é como dizes, há que superar e vou continuar a lutar até ao dia em que realmente veja que chegou a minha altura de voltar.

    Boa sorte também na tua aventura ;)

    Bjocas

    ResponderExcluir

Comentários, ideias, sugestões